terça-feira, 22 de julho de 2014

Carnaval de Veneza

O Carnaval de Veneza, embora seja bem diferente do carnaval conhecido no Brasil, é famoso por suas máscaras. Dizem que surgiu quando a nobreza se disfarçava para juntar-se ao povo nas ruas. Registradas desde 1268, as máscaras e trajes são caraterísticos do século 18 sendo mais comuns as máscaras nobile.


  
Na Itália ganharam conotações na “Commedia dell Arte” em personagens como Pierrot, Colombina, Pulcinella e Arlequim. O movimento inspirou o Carnaval de Veneza. Dos grandes bailes, teatros e o Carnaval de Rua, as máscaras em Veneza passaram a ser também peças decorativas, sendo uma das principais atividades econômicas e o souvenir característico.

A Commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular improvisado, que começou no século 15 na Itália, se desenvolveu depois na França e que se manteve popular até o século 18. Chamada também de “Commedia All’improviso”, suas apresentações eram feitas pelas ruas e praças públicas ou em suas carroças em pequenos palcos improvisados. As origens exatas desta forma de comédia são desconhecidas.

Alguns reconhecem nela a herdeira das Festas Atelanas, assim chamadas porque se realizavam na cidade de Atella, na península itálica meridional, em homenagem a Baco. As Fabulae Atellane, farsas populares, burlescas e grosseiras, eram uma das modalidades de comédia da antiguidade romana.

Os personagens eram interpretados por atores usando máscaras, tinham propósitos humorísticos e ridicularizavam militares, banqueiros, negociantes, nobres e plebeus com a finalidade de entreter o público, provocando o riso através da música, dança, acrobacias e diálogos recheados de ironia e humor.


Os personagens da Commedia dell'arte eram divididos em classes: os zanni (servos) que eram os personagens de classe social mais baixa; os vecchi que representam os de classe social mais abastada e os innamorati, que eram os amantes apaixonados.

 

o Arlecchino e a Colombina

O Arlecchino era um palhaço, um dos servos; acróbata, amoral e glutão. Ele ama a colombina mas ela apenas o faz de idiota. A Colombina é a contrapartida feminina do Arlecchino. Usualmente retratada como inteligente e habilidosa, era uma das servas que levava bilhetinhos e fazia intrigas. 

 

O Brighella e o Capitano

O Brighella, um trapaceiro, de pouca moral e desmerecedor de confiança. Era retratado como agressivo, dissimulado e egoísta. O Capitano, forte e imponente, mas não necessariamente heróico, geralmente com uniforme militar, mas de forma exagerada e desnecessariamente pomposa. Conta vantagens como guerreiro e conquistador, mas acaba desmentido.

 
O Dottore e o Pantalone


O doutor era visto como o homem intelectual, mas era uma falsa impressão. Ele é o mais velho e rico dos vecchi, pedante, avarento e sem o menor sucesso com as mulheres. O Pantalone é um dos vecchi, rico e muito avarento, o arquétipo do velho pão-duro. Não se preocupa com mais nada além de dinheiro. O cavanhaque branco e o manto negro sobre o casaco vermelho, possui uma filha casadoira ou é ele próprio um cortejador tardio.

 
O Pierrot e o Pulcinella


O Pedrolino também é conhecido como Pierrot, é o servo fiel. Ele é forte, confiável, honesto e devotado a seu mestre. Ele também é charmoso e carismático e usa roupas brancas folgadas com um lenço no pescoço. O Pulcinella é esquisito, inspirador de pena, vulnerável e geralmente desfigurado. Na maioria das vezes, um corcunda. Muitas vezes, não é capaz de falar e, por isso, comunica-se através de sinais e sons estranhos Sua personalidade pode ser a de um tolo ou de um enganador. Tem a voz estridente e sua máscara tem um nariz grande e curvo, como o bico de um papagaio. Na França é chamado Polichinelo.

O Scaramuccia e o Scapino

O Scaramuccia e também conhecido como Scaramouche, é um pilantra. Usa uma máscara de veludo negro, assim como também são suas roupas e seu chapéu. Um bufão, geralmente retratado como um contador de mentiras. O Scapino tende a fazer uma confusão de tudo o que se compromete e metaforicamente foge de um pensamento, atividade ou interesse amoroso para outro. Astuto, adapta as coisas aos seus interesses.

O coviello tocava seu bandolim e fazia parodias;
podia ser astuto e sagaz, mas também estúpido ou inteligente.
fonte: http://parlandoditalia.blogspot.com.br/2011/03/carnaval-de-veneza.html